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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Justiça confirma júri popular para Bruno pela morte de Eliza

Veja
Andréa Silva, de Belo Horizonte
Luiz Henrique, o Macarrão, o goleiro Bruno, e Marcos Paulista, fichados pela polícia de Minas
Luiz Henrique, o Macarrão, o goleiro Bruno, e Marcos Paulista, fichados pela polícia de Minas (Divulgação)
Após cinco horas de julgamento do recurso da defesa, os desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça Minas Gerais (TJMG) mantiveram, por unanimidade, a decisão de levar a júri popular o ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza e outros três acusados pelo sequestro e morte de Eliza Samúdio. O jogador, o braço direito dele, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e o primo do atleta, Sérgio Rosa Sales, serão julgados por sequestro, cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A ex-mulher de Bruno, Dayanne de Souza, a ex-amante Fernanda Gomes de Castro, o administrador do sítio do jogador Elenilson Victor da Silva, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, também vão a júri popular. Porém, os quatro são acusados apenas pelo sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela, Bruninho, e desde dezembro estão em liberdade. Os desembargadores negaram o pedido do Ministério Público de que eles fossem julgados também por homicídio.
Marcelo Theobald / O Globo
Eliza Samudio, de 25 anos, está desaparecida desde o início de junho. Eliza era ex-amante do ex-goleiro do Flamengo Bruno e tentava provar judicialmente que o atleta era pai de seu filho, também batizado de Bruno, de cinco meses. A suspeita é de que Eliza, a mando de Bruno, tenha sido brutalmente assassinada por amigos do goleiro
Eliza Samudio, de 25 anos, ex-amante do goleiro Bruno,
Na sessão de ontem (10), os desembargadores Doorgal Andrada, Hebert Carneiro e Delmival de Almeida Campos votaram a favor da liberdade de Sérgio, por entender que ele é réu primário, não tem poder aquisitivo para influenciar os demais envolvidos e contribuiu com as investigações. A revogação da prisão preventiva de Sérgio foi encaminhada à Penitenciária Dutra Ladeira (Ribeirão das Neves) logo após a audiência, mas ele deverá ser solto somente na tarde desta quinta-feira. Para que se mantenham em liberdade, o acusado terá que comparecer sempre que convocado em juizo, não poderá deixar a cidade onde reside (BH), e obrigatoriamente deverá permanecer em casa todas as noites. “Estou satisfeito com a decisão da Justiça. Meu cliente permaneceu 399 dias presos e foi um dos únicos a contribuir com as investigações”, disse o advogado Marco Antônio Siqueira.
A sessão - No julgamento da segunda-feira, iniciado pouco antes das 14h, os três desembargadores analisaram os recursos apresentados pelos advogados de defesa dos réus, que pediram a nulidade da decisão da juíza Marixa Fabiane Rodrigues, do Tribunal de Júri de Contagem. Os advogados afirmaram que a juiza agiu sobre um pré-julgamento dos réus, esteve a favor do Ministério Público e prejudicou a defesa dos acusados, não colhendo o depoimento dos delegados responsáveis pelas investigações do desaparecimento de Eliza Samúdio.
Em relação ao pedido, os magistrados recomendaram que os delegados Edson Moreira, Ana Maria Santos, Alessandra Wilke e Júlio Wilke, sejam ouvidos, não na condição de testemunhas, mas como autoridades que tiveram a incumbência de investigar o caso. Eles também determinaram que fosse tirada da sentença da juiza Marixa, a palavra “brutalmente”, em referência ao assassinato de Eliza.

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