Por Otávio Araújo - professor, radialista e editor
Todas as regiões longínquas da sede do governo – Belém – almejam a independência, no entanto somente o Oeste do Pará, região de Santarém, querem criar o Estado de Carajás, e o sul e sudeste, querem o Estado de Carajás.
Durante longos anos essas duas regiões foram esquecidas pelas ações do governo do estado. Os “olhos” do governo somente viam Belém e algumas outras cidades próximas da sede do governo. Muitos jovens tiveram sua escolaridade “mutilada” pelo descaso do governo para com a população jovem do sul e oeste do Estado. Hoje, essa juventude está com 40 anos de idade sem ter alcançado o ensino superior, pois sequer o ensino médio é visto com responsabilidade pelo governo. Basta visitar as escolas públicas estaduais onde funciona o ensino médio, que é de responsabilidade do governo estadual.
Outra calamidade é o descaso para com as rodovias do oeste e sul e sudeste, onde centenas de motoristas perderam a vida transportando o progresso e gerando renda para os cofres públicos do estado. Até hoje – já duram 40 anos – as pontes são verdadeiras armadilhas e algumas pontes sequer foram concluídas, como é o caso da rodovia que liga Redenção ao Mato Grosso passando pelos municípios de Santa Maria das Barreiras e Santana do Araguaia.
A rodovia que liga Bambu a Floresta do Araguaia até hoje está esquecida pelo governo do Pará. O município é o maior produtor de abacaxi do Brasil. Gera renda, porém nunca teve o retorno do estado.
Somente agora – há três anos – que o governo resolveu fazer a rodovia que liga Xinguara a São Félix do Xingu. A região ficou isolada durante 40 anos.
Na saúde, milhares de famílias perderam entes queridos pela ausência do governo.
Durante 40 anos as pessoas foram atendidas em Goiás e depois no Tocantins. O governo do Pará achava mais “barato” pagar os hospitais públicos do Tocantins para atender as pessoas de São Félix a Conceição do Araguaia. Somente há 3 anos que construiu um hospital no sul do Pará, que ainda não atende a demanda. Muita gente procura atendimento em Goiás e Tocantins, pois não acredita na saúde paraense.
Eu poderia encher centenas de laudas para contar o descaso do governo do Pará para com as regiões onde serão criados – se Deus quiser – os estados de Tapajós e Carajás. Mas, você mesmo caro leitor, busque no passado o “fundo do posso” em que a população viveu.
Chegou a hora de termos nossa independência. Os paraenses não querem e divisão, porque a riqueza do sul e sudeste sustenta os belenenses.
Com a divisão, os belenenses terão melhor qualidade de vida, pois a atenção do governo estará direcionada para eles mesmos. Então essas calamidades, principalmente na saúde – que foi manchete nacional – vão deixar de existir.
Por Otávio Araújo, que nunca foi convidado para uma reunião para a criação de Carajás. Mas, sou 100% a favor, na verdade sempre fui. Basta ler meus artigos escritos há mais de 24 anos.
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