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domingo, 4 de setembro de 2011

Produção de abacaxi em assentamento rural do RN bate recorde


O assentamento Planalto do Retiro, localizado em Touros (RN), deverá colher cerca de cinco milhões de abacaxi até o final do ano. A safra, que iniciou este mês, já é considerada recorde desde o início do cultivo, há cerca de seis anos. Tal fato destaca a comunidade rural como o assentamento que mais produz abacaxi no estado. A fruta é tão importante para a economia local que as 55 famílias produtoras do abacaxi apelidaram a fruta de "Ouro do Planalto".Em Planalto do Retiro, na safra 2010/2011, foram plantadas cerca de 500 hectares, o equivalente a 36% de toda a área do assentamento. Como a fruta tem ciclo de 18 meses, serão colhidas cerca de 250 hectares agora. A outra metade deverá ser retirada no próximo ano. Cada hectare produz 20 mil frutos aproximadamente.
 Comercialização
De acordo com a Associação de Trabalhadores Assentados, desde a semana passada estão sendo comercializados cerca de dez mil frutos por dia. O abacaxi é vendido ao preço que varia entre R$ 0,80 a R$ 1,20. Os estados do Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiros, apontam como grandes compradores. Porém a produção de Planalto de Retiro tem seu comércio garantido para os estados nordestinos como o Ceará, Pernambuco e o próprio Rio Grande do Norte, por exemplo, que compram mais da metade da Safra.
Para José Damásio, trabalhador assentado que espera colher cerca de 500 mil frutos, o aquecimento do preço deverá ocorrer a partir de novembro, quando a unidade chegará a R$ 2,00, em média. O maior produtor do assentamento justificou o aumento do preço com a chegada do verão e das festas de final de ano. "O abacaxi é uma das frutas mais consumidas no verão", comemorou. A comemoração de Damásio diz respeito à predominância no plantio da variedade Pérola (de polpa amarelo-clara, sabor bastante doce, casca esverdeada, mesmo quando maduro e pouca acidez). É consumido, principalmente, in natura. Também servido em forma de suco, doce e sorvete.
O assentamento foi criado em 2003 para garantir terra a 70 famílias da região de Touros. Somente em 2005 o plantio do ananás, outro nome dado à fruta, teve início. Das 70 famílias que moram no assentamento, inicialmente 40 decidiram apostar na cultura. A vocação natural da área, a excelente qualidade da terra e o trabalho das famílias assentadas, que acreditaram no cultivo do abacaxi, foram adubos importantes nesse crescimento da produção. Hoje, 55 famílias vivem da cultura.
 Em 2005 foram plantados 30 hectares. Em 2006, a área aumentou para cem hectares. Em 2009, o total ultrapassou 200 hectares plantados e a colheita foi de dois milhões de frutos.
Melhoria de vida
Os trabalhadores rurais encontraram na produção a chance de deixar para trás os tempos em que ter televisão, sofá, carro e moto na frente de casa era luxo com os quais não conviviam. Todos os dias eles levantam cedo. Fazem parte do grupo de assentados que usa calças, bonés e mangas improvisadas como proteção para levar adiante a cultura
José Damázio, explicou que com a cultura já adquiriu carro, morto e eletro-eletrônicos. Filho de agricultores, desde cedo acostumado com o trabalho duro no campo e já chegou a sobreviver, com a mulher e os três filhos, com aproximadamente R$ 200 por mês. Ele começou a produzir abacaxi de maneira tímida. Inicialmente plantou um hectare. A produção deu tão certo, que hoje tem cerca de 50 hectares plantados.
 Pancinha, como é mais conhecido, é o que exibe uma das maiores áreas da cultura no assentamento. Ver que o cultivo prosperava serviu de estímulo para ele e para muitos de seus companheiros. ''Vendo hoje para São Paulo, Rio de Janeiro, também Natal, Fortaleza, Recife", conta. Ele comercializa, ainda, parte do que é produzido por outros assentados.
Assessoria de Comunicação Social  INCRA

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