“Com a regulamentação do mercado da
maconha da forma que estamos propondo, vamos conseguir minar o
desenvolvimento do mercado de outras drogas”, disse o secretário-geral
da Junta Nacional de Drogas, Julio Calzada, em entrevista à Reuters.
O governo do presidente José Mujica, anunciou na quarta-feira que
legalizará a comercialização de maconha como parte de um plano de 15
medidas para combater aumento da criminalidade nos últimos meses, embora
o Uruguai seja um dos países mais seguros do continente.
A legislação deve ser aprovada pelo
Congresso, onde a governista Frente Ampla tem maioria nas duas Casas. O
governo nega que vá montar uma rede de comercialização da droga e diz
que centralizará a distribuição por meio de lojas privadas controladas.
“A ideia central do Poder Executivo é que o Estado tenha uma forte
presença na regulamentação da produção. Inicialmente nos inclinamos por
uma regulação e produção no âmbito do próprio Estado”, disse o
funcionário.
O Uruguai estuda impor um consumo máximo
de 30 gramas mensais por pessoa, por meio de um registro que buscará
evitar o “narcoturismo” e o mercado negro. “A ideia é só vender aos
cidadãos nacionais. A Holanda teve de alterar parte de sua estratégia,
depois de muitos anos de dificuldades com países de sua região”, afirmou
Calzada.
No Uruguai há cerca de 75 mil pessoas
que consomem maconha pelo menos uma vez por mês. O governo estima
produzir 27 mil quilos por ano, o que fará em uma área de uns 100
hectares ainda não divulgada.
Calzada acrescentou que a regulamentação
permitirá controlar a qualidade da droga consumida, o que não é
possível fazer atualmente. Ele disse ainda que a produção poderá servir
como base para medicamentos oncológicos.
O governo afirma que sua intenção não é
obter lucro com o negócio, embora pretenda taxar a venda e destinar o
valor arrecadado à reabilitação de dependentes químicos.
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