Estado do Norte havia deixado o do Sudeste para trás em exportações desde 2018. Agora, produziu mais com cômputo total no primeiro bimestre deste ano. Fator Brumadinho derrubou MG.
O Pará alcançou um feito inédito que até era esperado, mas não para este início de ano: ultrapassou Minas Gerais na produção total de recursos minerais. O Blog do Zé Dudu levantou neste sábado (23), com exclusividade, a produção mineral por estado indicada pela Agência Nacional de Mineração (ANM) para os primeiros dois meses deste ano e descobriu que o estado do Norte está cerca de R$ 60 milhões à frente do estado do Sudeste.
A expectativa do mercado era de que o Pará só conseguiria ultrapassar Minas Gerais em movimentação financeira em 2020, quando a expansão programada do projeto S11D, em Canaã dos Carajás, chegasse próxima a sua capacidade nominal de produção física de minério de ferro. No entanto, o rompimento da barragem de rejeitos da Mina do Feijão, no município de Brumadinho (MG), trouxe desequilíbrio na produção mineral por parte da multinacional Vale, no Sudeste, como efeito cascata. Diversas operações da empresa entram na mina da justiça e no olho do furacão da tragédia envolvendo a mineradora e, por isso, tiveram atividades paralisadas, implicando freio à produção em Minas Gerais.
Enquanto isso, aqui no Pará, a produção da Vale cai no município de Parauapebas, mas avança exponencialmente em Canaã dos Carajás, compensando eventuais perdas. No mês passado, a produção mineral de Canaã (que é composta por minérios de ferro e cobre) superou, pela primeira vez na história, a de Parauapebas (cujo portfólio abarca ferro, cobre e níquel). Desde setembro de 2003, Parauapebas ocupava o topo da mineração nacional, sem rival à altura.
Não obstante, o Pará também surra Minas Gerais na balança comercial. Desde 2018, Minas já não é o maior exportador de commodities minerais porque o Pará é quem exporta mais, tanto em volume quanto em valor financeiro. Por outro lado, o Pará ainda não havia experimentado o gostinho de superar Minas em produção total — quase toda a produção mineral paraense é exportada, enquanto considerável parte da produção mineira abastece o mercado doméstico.
Movimentação financeira
Nos primeiros 60 dias deste ano, o Pará produziu R$ 8,8 bilhões em recursos minerais, enquanto Minas vem na cola, com R$ 8,74 bilhões, de acordo com números levantados pelo Blog junto à Diretoria de Procedimentos Arrecadatórios (Dipar) da ANM. Goiás completa o time dos — até o momento — bilionários da mineração nacional, com R$ 1,13 bilhão arregimentados do solo.
Aqui no Pará, a Vale sozinha produziu R$ 7,54 bilhões em commodities, o equivalente a 85% de toda a produção mineral do estado. Lá em Minas, a multinacional produziu, até agora, R$ 2,94 bilhões. Tudo o que a mineradora já movimentou este ano no estado do Sudeste é inferior à produção dela mesma no município de Parauapebas (R$ 4,1 bilhões) e quase a mesma coisa do município de Canaã dos Carajás (R$ 2,3 bilhões).
Os paraenses Parauapebas e Canaã, aliás, são o 1º e o 2º maiores produtores de recursos minerais do Brasil, respectivamente. Eles surram com folga os 3º e 4º colocados, Congonhas (R$ 1,21 bilhão) e Itabira (R$ 994 milhões), ambos mineiros. O 5º maior produtor nacional é Marabá (R$ 990 milhões).
No primeiro bimestre deste ano, o Brasil movimentou R$ 22,3 bilhões em sua poderosa indústria extrativa mineral dispersa por 2.237 municípios. Confira os multimilionários da mineração do país!
Celulares do Pará e de outros estados do Norte vão ser bloqueados no domingo (Akira Onuma / Arquivo O Liberal)
Celulares sem certificação serão bloqueados a partir do próximo domingo, 24, em quatro estados da região Norte (Amazonas, Roraima, Pará, Amapá); na região Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia); e em dois estados da região Sudeste (Minas Gerais e São Paulo). A medida vale para aparelhos habilitados a partir do dia 7 de janeiro deste ano.
A ação faz parte do projeto Celular Legal da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que se encontra em sua última etapa. Já foram bloqueados 244.217 celulares em todo o Brasil e foram enviadas 531.446 mensagens de aviso a celulares irregulares até o momento.
O Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) divulgou o resultado de uma vistoria realizada entre os dias 25 e 26 de fevereiro na região da Volta Grande do Xingu, sudoeste do Pará. Segundo o MPF, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte está funcionando sem plano de emergência e não apresenta os monitoramentos semestrais exigidos pelo licenciamento ambiental .
A vistoria foi realizada por equipes com representantes de nove instituições nacionais e internacionais, acompanhadas de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA).
O grupo percorreu 25 comunidades, no trecho que sofre impactos ambientais de Belo Monte. De acordo com o MPF, as comunidades relataram uma situação de abandono. As autoridades convocaram prefeitos da região e a empresa para apresentaram suas constatações.
Como medidas urgentes, o MPF deu um prazo de 24 horas para que a Norte Energia envie o plano de emergência da barragem e os relatórios de monitoramento sobre os impactos da hidrelétrica.
A exploração do ouro em Serra Pelada, distrito de Curionópolis, no sul do Pará, pode ser retomada. A canadense Annapurna mostrou interesse em investir na mineração na região. O assunto foi levado ao deputado Eliel Faustino, que é vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Mineração, Geologia e Energia da Alepa, pelo prefeito Adonei Aguiar, o presidente da Câmara Municipal, Raimundo da Silva (Nonato Maranhense) e os vereadores Wilson Ferreira, Junior Brito e Paulo Higino. Eliel vai acompanhar de perto a instalação da empresa e já agendou novas reuniões para discutir questões ambientais, sociais, técnicas e jurídicas com os segmentos envolvidos e órgãos municipais e estaduais, e quer que a mineradora debata com a sociedade os desdobramentos da operação para a economia do Estado.
Delícia da terra gera três vezes mais movimento financeiro que a arrecadação inteira da prefeitura. No entanto, Floresta do Araguaia não está na lista de exportadores; produto é absorvido por mercado doméstico.
Com 20 mil habitantes, o município de Floresta do Araguaia não é muito fã de regras nem do politicamente correto nem tampouco faz questão de ser humilde, por uma razão muito simples. Ele é famoso pela produção de uma commodity que, para muitos, poderia ser considerada sinônimo de problema: o abacaxi. Aliás, Floresta se autoproclama “Capital Nacional do Abacaxi”. Basta conferir no endereço de sua prefeitura na internet.
Mas há razão de ser em sua vanglória, que é amparada em estatísticas oficiais. O município é campeão na produção e na movimentação financeira de abacaxi no país, segundo a mais recente Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por lá, o abacaxi ocupa uma área de 7.500 hectares, dentro da qual caberiam duas cidades do tamanho de Parauapebas. Por isso, em Floresta, abacaxi (ou ananás, como queira) é parte da solução econômica, enquanto os problemas são outros.
De acordo com o IBGE, que faz o levantamento anual de produção do campo nos 5.570 municípios, o Brasil tem 927 localidades que produzem ativamente abacaxi. Entre tantos lugares, Floresta do Araguaia reina absoluto. Em 2017, ano da pesquisa mais recente, o município contabilizou 148,5 mil toneladas da fruta saídas com nota fiscal. Isso gerou em faturamento bruto R$ 134,89 milhões, o equivalente a 7,74% dos R$ 1,74 bilhão movimentados no Brasil com essa commodity agrícola.
Ananás fora da cesta
Apesar de ser o maior produtor nacional, Floresta do Araguaia não é exportador de abacaxi para terras do além-mar. O Blog do Zé Dudu foi buscar no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) informações sobre isso e constatou que o município não possui um grama de abacaxi comercializado com o exterior. Pelo contrário, os grandes exportadores estão bem longes de terras paraenses.
O pernambucano Petrolina liderou as exportações de frutas em 2018, com 45,12 milhões de dólares negociados — e aqui cabe ressaltar que, nesse pacote, vão abacaxi, ananás, tâmara, figo, abacate, goiaba, manga e magostões, frescos ou secos. Petrolina é seguido em exportação pelos baianos Casa Nova (39,85 milhões de dólares) e Juazeiro (39,3 milhões de dólares) e pelo conterrâneo Belém de São Francisco (20,43 milhões de dólares).
Esses municípios, em conjunto, formam o cinturão que mais despacha frutas do Brasil ao exterior e, pela tradição e reconhecimento que possuem, até se beneficiam de produtos oriundos de outros lugares, como o abacaxi de Floresta. O Blog cruzou dados do MDIC com os do IBGE e constatou que nenhum desses maiores exportadores é produtor potencial de abacaxi, assim como não são os paulistas Bauru (12,07 milhões de dólares) e Campinas (6,36 milhões de dólares) nem o potiguar Ipanguaçu (5,35 milhões de dólares), que completam o eixo de grandes exportadores de frutas.
Floresta do Araguaia até acumula um tacanho valor de exportações na balança comercial brasileira. No entanto, o município não faz apontamento de remessa direta de abacaxi e seu único produto apreciado pelos gringos é o sumo de frutas ou de produtos hortícolas (não fermentados, sem adição de álcool, com ou sem adição de açúcar). Essa iguaria rendeu, ano passado, apenas 2,13 milhões de dólares em divisas, o que corresponde a R$ 8 milhões em moeda nacional.
Abacaxi maior que prefeitura
O abacaxi que Floresta do Araguaia movimenta por ano é muito maior que a receita líquida inteira arrecadada por sua prefeitura. Apesar de o governo municipal não atualizar seu portal de transparência na internet, no que diz respeito aos balanços bimestrais e quadrimestrais, o Blog garimpou o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do 6º bimestre e o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do 3º quadrimestre de 2018 e constatou que, ano passado, o governo de Adélio dos Santos acumulou receita líquida de R$ 47,17 milhões — praticamente três vezes menos que o faturamento local do abacaxi no ano anterior.
Do montante arrecadado, cerca de R$ 26,85 milhões foram utilizados com pagamento do funcionalismo, que comprometeu 56,94% da receita líquida e, portanto, estourou o limite máximo de 54% da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Apesar da comprovada importância da agricultura na produção de riquezas do município, que tem o abacaxi como carro-chefe, a Prefeitura de Santana só aplicou R$ 1,23 milhão nessa área. Os serviços de educação (R$ 20,46 milhões) e saúde (R$ 9,06 milhões) consumiram bem mais.
Atualmente, os empregos de Floresta do Araguaia, contabilizados em 1.055 vínculos formais pelo Ministério do Trabalho (MTb), estão, em sua maior parte, na prefeitura (cerca de 750), no campo (150) e no comércio (150). Um profissional empregado no setor agropecuário ganha em média R$ 1.426,11, enquanto um da administração pública local ganha R$ 2.429,31. A taxa de ocupação formal para o tamanho da população é baixa e a informalidade é alta, com considerável número de habitantes sobrevivendo de bicos, uma realidade presente no Pará, de acordo com o IBGE.
O reinado do abacaxi, que também caminha para ser gigante na produção de soja e tem nove vezes mais cabeças de gado que moradores, tem muitos desafios. Um deles é a pobreza. Dados do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) revelam que Floresta encerrou 2018 com um exército de 11.390 cidadãos abaixo da linha de pobreza, sobrevivendo com menos da metade de um salário mínimo por mês. De cada 100 moradores, 57 estão empobrecidos. Além disso, o desenvolvimento municipal — no conjunto de educação, saúde e geração de renda — está entre os 1.500 piores do Brasil, nas contas da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Floresta do Araguaia, quase tocantinense, é mais um pedaço do pequeno capítulo que ilustra o modo de ser e progredir do Pará: o desenvolvimento social é seu pepino diante de tanto potencial de riquezas e delícias naturais. O abacaxi, por seu turno, segue sendo o porta-voz da economia local e, sem trocadilhos, a salvação da lavoura.
Considerada a principal rodovia estadual do Pará, na atualidade, a PA-150 (também denominada de Paulo Fontelles) enfrenta graves problemas como a qualidade do asfalto sofrível, falta de acostamento e manutenção adequados. O fluxo de veículos cresce a cada ano, principalmente de carga de minério, que sai do sudeste do Pará em direção ao Porto de Vila do Conde, em Barcarena.
Em entrevista exclusiva ao Blog do Zé Dudu, nesta segunda-feira, 11, durante sua passagem por Marabá para participar de reunião de apresentação do projeto do Pedral do Lourenção, Antônio Pádua de Deus Andrade, atual secretário de Estado de Transportes, reconheceu que a PA-150 é um dos grandes gargalos do sistema de logística do Pará e defende que seja feita uma concessão, aos moldes das que são realizadas nas regiões Sul e Sudeste.
Depois de ter passado pela experiência como ministro da Integração Nacional, no ano passado, Pádua diz que se sente honrado por ter sido convidado por Helder para coordenar as ações da Setran em seu governo, no Pará. Porém, lamenta que tenha encontrado o prédio daquele órgão, em Belém, bastante sucateado, inclusive os equipamentos. “Vim para trabalhar, fazer uma gestão técnica e não para ficar reclamando. Elegemos as prioridades e estamos em plena auditoria em contratos firmados anteriormente. Nesses primeiros 90 dias, estamos tocando apenas as obras de caráter essencial, como a ponte sobre o Rio Moju e a manutenção de alguns trechos de estradas que estão críticos”.
Questionado sobre a quantidade de processos que estão passando por auditoria minuciosa, Pádua Andrade afirmou que são cerca de 200 contratos e 15 convênios que apresentam indícios de irregularidades e disse que foi formada uma comissão com membros da AGE (Advocacia Geral do Estado) e da Setran, que tem a missão de avaliar se há, ou não, algo fora da legalidade na contratação de serviços em andamento. “Não pagamos nenhum contrato referente ao governo anterior, até que essa apuração seja concluída, inclusive com inspeção em obras realizadas. Aquilo que for justo será pago e o que o não for o jurídico da Setran vai dar a destinação que determina a lei”, adverte.
FEDERALIZAÇÃO X CONCESSÃO
Perguntado se defenderia uma federalização da PA-150, que liga Marabá à Alça Viária e, por extensão a Belém, Antônio de Pádua disse que, em verdade, defende o modelo de concessão e não a federalização. A empresa que ganhasse a licitação para essa finalidade ficaria responsável por operar a recuperação, melhoria e manutenção do trecho da Alça Viária até Morada Nova, com mais de 500 km de extensão. “Essa é uma rodovia de grande tráfego de veículos, que requer uma manutenção periódica”, reconhece.
Pádua avalia que o governo que pavimentou a PA-150, no passado, foi infeliz na concepção do projeto de construção, porque foram feitas muitas manutenções em uma obra considerada nova. “Será que foi levada em conta a carga dos caminhões que trafegam diariamente por ela, com uma contagem da quantidade de veículos? Algo de errado aconteceu, não sei se na base, sub-base ou camada de compactação, mas o asfalto não resistiu e precisamos recompor e fazer um tratamento específico”, disse.
O titular da Setran lembra que em São Paulo e em outros estados do país há concessões de gestão das rodovias e que a grande maioria tem dado certo, com estradas sem buracos, com estacionamentos laterais e mais seguras para o tráfego de veículos. “Se der prego em seu carro ao longo do perímetro concedido, em alguns minutos chega o socorro da empresa, o que é muito importante. Pagar uma taxa de pedágio numa rodovia que oferece segurança e conforto compensa”, pondera.
Conhecido como workaholic (viciado em trabalho), Pádua Andrade diz que já conversou sobre o assunto com o governador Helder Barbalho, que lhe deu carta branca para iniciar os estudos de viabilidade para concessão da PA-150. “O processo é longo, com planejamento, análise da legislação, contagem de veículos que transitam pela rodovia e envio de projeto para Assembleia Legislativa analisar. Deverá ser uma PPP (Parceria Público Privada)”, diz o secretário, que costuma chegar ao local de trabalho às 6h30.
Além da PA-150, outras rodovias estaduais importantes serão objeto de estudo da atual gestão para saber quantos veículos passam por elas e discutir a possibilidade de abrir concessão das mesmas para empresas privadas. Pádua confirmou que a PA-150 é a maior do Estado, com 503 km, incluindo a Alça Viária; depois vem PA-279, com 260 km; e em terceiro a 252, com 208 km.
BALANÇA NA RODOVIA
Questionado se enquanto a concessão não é efetivada, não seria possível instalar balanças em alguns trechos da rodovia para ajudar a controlar a carga dos caminhões, Pádua disse que está fazendo um levantamento de quantas balanças há no Estado, aferidas, atualmente, para passar ao governador. “Reconheço que há excesso da carga permitida em muitos caminhões, que passam 60 a 80 toneladas do permitido e a estrada não resiste”.
Na manhã desta terça-feira, 12, Pádua reuniu-se com o governador Helder Barbalho para discutir as prioridades para os primeiros seis meses de governo, diante do volume de recursos disponíveis para obras. “Ele é quem decide, levando em conta os critérios técnico e político”, ressalva.
EBULIÇÃO NA VIDA PÚBLICA
Nos últimos quatro anos, Pádua Andrade passou por uma ebulição em seu currículo. Ele era secretário de Obras na Prefeitura de Marabá, foi convidado a atuar como diretor de engenharia da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), com atuação no Porto de Santos. Depois, secretário de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional e, posteriormente, ministro da Integração. “Foram grandes desafios que tive nos últimos anos, com apoio de Helder Barbalho. Deixamos um legado e trouxemos muitas obras para a região Norte e o Estado do Pará, que eram relegados”, lamenta.
Será nesta quarta-feira (12), na Câmara de Vereadores, quando novas cobranças devem ser feitas ao prefeito do município em torno de denúncias de irregularidades
Uma audiência pública será realizada nesta quarta-feira, 13, na Câmara Municipal de Redenção, a partir das 14 horas, para debater sobre a lei complementar do Executivo que dispõe sobre a estrutura administrativa do município. Na prática, a matéria trata da adequação de cargos e salários, para abertura de concurso público.
Na audiência, o prefeito Carlos Iavé Furtado (MDB) ficou de esclarecer questionamentos levantados por vereadores durante a abertura dos trabalhos legislativos na quarta-feira da semana passada, que contou com a presença do chefe do Executivo municipal. “Na Secretaria de Saúde tem funcionário que, ao mesmo tempo, está recebendo gratificação integral de até 50% e no mesmo contracheque ele está recebendo gratificação por dedicação exclusiva de mais 51%. Está tendo acumulação de gratificações”, denunciou o vereador Dr. Rener de Santana Miranda (PEN).
Já as críticas do vereador Raitane Freitas (PEN) atingiram toda a gestão do atual prefeito. “Nós, vereadores, não estamos concordando da maneira que Redenção está sendo conduzida pela gestão atual. Hoje, aqui na tribuna, falamos dos prédios alugados em Redenção, falamos das obras que poderiam ser construídas com recurso público e falamos também da alta carga tributária de imposto que vem sendo cobrado pela prefeitura. Atualmente, o prefeito é muito bom pra cobrar imposto só que agente não tem visto o benefício investido para a população. Exemplo disse, a gente vê nossas ruas cascalhadas e a água levando. E todo o asfalto feito no município de Redenção por esta gestão está sendo carregado com a chuva”.
Para o vereador Rodrigo Universo (PPS), “a única obra” que o prefeito executou com dinheiro do município foi o monumento com a frase “Eu Amo Redenção”, no meio da praça da avenida Santa Tereza.
As críticas e cobranças ao prefeito Carlo Iavé foram feitas depois que ele usou a tribuna da Câmara, quando fez uma rápida prestação de contas de dois anos de gestão e disse que encontrou muitas dificuldades. “Iniciamos mais um ano com muitos serviços pela frente. Nossos primeiros dois anos de mandato foram de muitos desafios. Assumimos uma gestão de um município com sérios problemas financeiros, dificuldades de crédito e com graves problemas de estrutura nas mais diversas áreas”, afirmou o prefeito.
Bens bloqueados
Em janeiro deste ano, em menos de uma semana, o prefeito de Redenção teve os bens bloqueados pela Justiça em decisão numa Ação de Improbidade Administrativa impetrada pelo Ministério Público do Estado (MPPA). O prefeito é acusado de superfaturamento na licitação realizada para a “contratação de empresas para locação de horas de máquinas pesadas – caminhões – e veículos leves, para atender as secretarias municipais”. O MPPA concluiu que houve direcionamento na licitação para a contratação de duas empresas: ETE Prestadora de Serviços, com contrato de R$ 4,7 milhões, e EPX Construções e Edificações Ltda., com contrato de R$ 6,4 milhões.
Com a fraude, o prefeito e as empresas, que também tiveram os bens bloqueados, foram denunciados por causar um prejuízo de R$ 24 milhões aos cofres públicos. Em outra ação, o Ministério Público denunciou Carlos Iavé de causar mais danos ao erário, desta vez de R$ 4 milhões, pelo pagamento indevido de gratificações a procuradores e assessores jurídicos.
Segundo o MPPA, Carlos Iavé é o prefeito mais rico do Pará diante da declaração de bens pessoais de R$ 36 milhões feita ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nas últimas eleições.
O pequi carrega em si a contradição da delicadeza das flores e da brutalidade dos espinhos. Uma mordida em falso e haverá consequências. É um fruto de extremos: há quem ame e quem odeie. E se há quem goste de comê-lo puro e de adicioná-lo a receitas, outros o usam de forma completamente diferente e inovadora. Na Universidade de Brasília (UnB), um estudo já identificou propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias no óleo extraído do pequi. Na Universidade de São Paulo (USP), provaram seus efeitos na prevenção de câncer.
O fruto também ganhou espaço no segmento dos cosméticos. Além do poder hidratante inerente a todo óleo, o do pequi apresenta a vantagem de modelar os fios dos cabelos. Por isso, foi adicionado a diversas formulações de xampus, especialmente nos específicos para o público dono de cacheados, já que o efeito modelador é mais natural.
Os Distritos Vila Engenho e Novo Remanso (foto), no Município de Itacoatiara (260 quilômetros de Manaus) e Careiro da Várzea (a 25 quilômetros da capital) colocam o Amazonas como o segundo maior estado em produção de abacaxi da Amazônia. O estado do Pará é o primeiro.
Segundo as informações da Secretaria de Comunicação do Amazonas (Secom), em 2018, o Amazonas produziu cerca de 93,8 milhões de abacaxis, segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).
É o segundo maior produtor de abacaxi na Região Norte, contribuindo com 15% da produção, o que representa 6% da produção nacional, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-PAM/2016).
De acordo com a engenheira agrônoma do Idam Silvia Christina de Abreu, o município de Itacoatiara produz 76,5% desta cultura, sendo assim o maior produtor de abacaxi no estado.
Em seguida, aparece o município do Careiro da Várzea com 5,5%.
De acordo com o Relatório de Atividades Trimestrais (RAT) do Idam, de 2018, os dois municípios foram responsáveis por 82% da produção do abacaxi no Amazonas.
Atualmente, os produtores rurais de Novo Remanso integram duas organizações: a Cooperativa Agropecuária do Novo Remanso (Coopanore), que o ano passado ganhou do Fundo de Promoção Social (FPS) uma câmara frigorífica com capacidade de armazenamento de 70 toneladas, e a Cooperativa dos Produtores Rurais da Comunidade Sagrado Coração de Jesus do Paraná da Eva (Ascoope).
Segundo o Idam, os produtores têm ainda duas agroindústrias de beneficiamento de polpas de frutas: a Uni Frut – que é particular – e a Ascoope.
Elas processam boa parte da produção de frutas, em especial o abacaxi, onde a região tem potencial de 400 toneladas de armazenamento.
Novo Remanso promove anualmente a Festa do Abacaxi com a escolha da sua rainha Foto: Reprodução/Facebook/Itacoatiaraonline
Característica
De acordo com dados do Idam, o abacaxi do Amazonas é característico por ser bastante doce, em razão de sua baixa acidez, o que o diferencia dos produtos cultivados em todo o restante do país.
No entanto, o produto regional ainda não é escoado para outras partes do Brasil.
Há estudos do Idam que servem de subsídios para se elaborar uma proposta de projeto de viabilidade econômica para a implantação de uma estrutura de packing house (casa de embalagem) de abacaxiin natura, que pretende sanar gargalos de comercialização vividos pelos produtores, possibilitando a chegada do abacaxi em outras praças.
Pará
Enquanto isso no Pará, os dados mostram o reinado do fruto: são 320 milhões de abacaxis produzidos e uma área plantada de 10.777 hectares.
De acordo com informações da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), Floresta do Araguaia ainda é sede da maior indústria de suco concentrado da fruta do Brasil, com capacidade de quatro mil toneladas/mês, exportando para os países da União Europeia, Estados Unidos e Mercosul.
O Ministério Público Federal emitiu nota técnica em favor da proposta de Sérgio Moro de implantar no Brasil o “plea bargain”, pela qual o criminoso confessa o crime e aceita um acordo com o órgão para cumprir a pena, encerrando antecipadamente o processo.
“O acordo entre o Ministério Público (acusação) e o réu (defesa) traduz-se num importante instrumento para a consecução de uma justiça mais ágil, eficiente, moderna e desburocratizada”, diz o documento.