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sábado, 24 de março de 2012

Revista ISTO É acusa Henrique Alves de fisiologismo e de ser culpado pela crise entre governo Dilma e base aliada


A edição de ISTO É que chega aos leitores neste sábado acusa o deputado federal Henrique Eduardo Alves de comandar um grupo de parlamentares que pressiona a presidenta Dilma por cargos e verbas públicas e paralisa votações no Congresso.

Segue parte da reportagem da ISTO É : Izabelle Torres e Claudio Dantas Serqueira

Os sobressaltos políticos vividos pelo governo no Congresso nas últimas semanas têm vários responsáveis. E seria uma tarefa hercúlea ousar apontá-los com precisão cirúrgica e sem cometer injustiças. Mas poucos políticos personificam tão bem a crise na relação do governo com a base aliada como o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). O deputado é a cara de uma prática política, baseada no fisiologismo, que a sociedade não tolera mais. 
  Representa um grupo de parlamentares que insiste em transformar em moeda de troca projetos decisivos para o País. E, para terem seus interesses atendidos, esses políticos lançam mão da chantagem. Isso não seria uma ameaça às boas maneiras republicanas se Alves não tivesse poder. Mas o problema é que ele tem. Muito. E demonstrou isso durante a última semana, quando interferiu diretamente no adiamento das votações no Congresso. 
  Na quarta-feira 21, atuando como porta-voz de uma ala empenhada em pressionar por cargos e verbas públicas, como condição para manter a fidelidade ao governo Dilma Rousseff, Alves ajudou a orquestrar a obstrução da sessão plenária que votaria a Lei Geral da Copa e discursou afirmando, com cara de anjo, que sua atitude era um “bem que faria ao governo pelo risco de derrota iminente”. 
  O discurso de Alves agradou aos deputados da base aliada e funcionou como palavra de ordem da semana marcada por derrotas do governo no Parlamento. A maioria delas trazia as digitais do líder do PMDB na Câmara, que só tem olhos para sua candidatura à presidência da Casa no próximo ano. Entre os projetos de interesse do governo e seu sonho de poder, prevalece a preocupação em conquistar apoio dos colegas para suceder Marco Maia no comando da Câmara. “Acho que essas atitudes do líder refletem a pressão que ele sofre da nossa bancada. Não é pouco ter mais de 50 deputados insatisfeitos. Esses parlamentares o levam a reagir contra o governo e ele tem de agir como quer a maioria”, avalia Aníbal Gomes (PMDB-CE). Na verdade, Alves, em seus 40 anos de vida parlamentar, habituou-se como poucos a fazer o jogo fisiológico. 
  O líder do PMDB se diz pressionado pelas bases, mas, na prática, é dele que partem as maiores pressões contra o Planalto. Mas Alves não age sozinho. Ao seu lado, atua com grande desenvoltura Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um político com tentáculos em cargos de segundo escalão e disposto a declarar guerra para garantir seu latifúndio. 
  Mas as digitais do peemedebista já foram muito bem identificadas pelo Palácio do Planalto. “Por isso, escalamos Arlindo Chinaglia para assumir a liderança do governo na Câmara. Para lidar com Alves e sua turma, só outro trator como Chinaglia”, confidenciou um senador aliado. Assim como o líder do PMDB, outros parlamentares, adotando semelhante modus operandi, tentaram colocar a faca no pescoço do governo nos últimos dias.
 
 O objetivo é o mesmo: conseguir cargos e verbas no ano eleitoral, quando precisam agradar às suas bases políticas. Como a presidenta Dilma resolveu não ceder, o resultado foi a suspensão da pauta de votações. “Os partidos que apoiaram a eleição da presidenta Dilma têm legitimidade para querer ocupar espaço no governo, para poder estar à frente das decisões”, disse o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), considerando normal a onda de chantagem instaurada no Congresso.  

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