Vem da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, um novo trabalho que sinaliza o potencial de ação da polpa de açaí sobre a preservação da massa cinzenta. Os pesquisadores observaram que o consumo regular de açaí reduz a exposição das células nervosas a processos degenerativos e inflamatórios recorrentes, fenômeno que abre caminho ao colapso do tecido cerebral.
Uma
das hipóteses que buscam explicar essa façanha é a presença de
substâncias antioxidantes, em especial a antocianina, que combatem os
radicais livres por trás de uma série de danos ao organismo. “Os
antioxidantes do açaí conseguem bloquear a formação dessas moléculas
nocivas no início do processo de ataque às células”, explica a
especialista em tecnologia de alimentos Ediluci Tostes, do Instituto de
Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá. E a fruta
amazônica não causa espanto apenas pela qualidade dos seus componentes.
Em 1 litro da sua polpa, há 33 vezes mais antioxidantes que o encontrado
em um mesmo litro de vinho tinto, bebida famosa por conter um monte
desses ingredientes que varrem da circulação os temíveis radicais
livres.
Além
dessa propriedade, substâncias do porte da antocianina respondem por um
efeito anti-inflamatório, o que soma forças para deixar em paz as
estruturas e as conexões cerebrais. Na prática, isso significa uma menor
probabilidade de ocorrer um comprometimento crônico e progressivo de
funções cognitivas, como a memória e a coordenação motora. “É por isso
que o açaí teria uma ação preventiva contra males neurodegenerativos,
caso das doenças de Par-kinson e Alzheimer”, completa Ediluci.
A
mesma antocianina que protagoniza benefícios ao cérebro pode afastar
outro problema que ameaça tanto a massa cinzenta quanto o coração. É que
sua ação antioxidante auxilia a debelar a formação de placas nos vasos
sanguíneos, o que pode culminar em derrames e infartos. E é justamente
esse papel protetor das artérias o que tenta provar o cardiologista
Eduardo Augusto Costa, professor da Universidade Federal do Pará.
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