O nome
parece até uma provocação: Método Fácil de Parar de Fumar. Desde março,
uma franquia brasileira dos seminários Easyway criados pelo inglês Allen
Carr (1933-2006) está operando em São Paulo. Presente em mais de 50
países, o empreendimento se baseia em palestras em grupo ou individuais e
promete, em seis horas, fazer os clientes fumarem o último cigarro sem
sofrer com a abstinência.
Se a
pessoa não conseguir parar, tem direito a mais dois encontros em até
três meses, tudo incluído no pacote (que custa cerca de R$ 500). Se
mesmo assim não der certo, o dinheiro é devolvido. É o que afirma Lilian
Brunstein, 45, arquiteta que ministra os seminários no Brasil. “Os
fumantes têm pavor de parar porque a sociedade, a propaganda e a lavagem
cerebral dizem que vai ser difícil”, afirma.
O
princípio básico do “tratamento” é: a síndrome de abstinência de
nicotina não é tão ruim, mas se torna um sofrimento porque a pessoa
acredita que vai ser difícil. A ideia é desconstruir as associações que
os fumantes fazem com o ato de fumar: o cigarro relaxa, ajuda na
concentração, faz companhia. O discurso tenta substituir essas
associações pelo simples fato de que as pessoas fumam porque são
dependentes.
Nas seis
horas do encontro, há pausas para fumar. Na primeira, todos “pulam” da
cadeira imediatamente. Nas outras, algumas pessoas nem chegam a sair. Na
última, muitos estão convencidos de que vão parar. Os participantes são
convidados a jogar os cigarros fora e viver como não fumantes. Da Folha de São Paulo
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