Reportagem da edição deste fim de semana da revista “Veja”
divulgou uma carta que teria sido escrita pelo goleiro Bruno no presídio Nelson
Hungria, na Grande Belo Horizonte, para Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Os dois estão presos suspeitos de participação na morte de
Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. No texto, o jogador pede a Macarrão para
usar o “plano B”, que, segundo a reportagem, seria assumir a culpa sozinho pela
morte e isentar o goleiro de culpa.
“Maka, eu não sei como dizer isso, mas conversei muito com
os nossos advogados e eles chegaram a uma conclusão devido aos últimos
acontecimentos e descobertas sobre o processo e investigações. Nós conversamos
muito e eles acham que a melhor forma para resolvermos isso é usando o plano
B”, diz o texto. “Eu, sinceramente, não pediria isso pra você, mas hoje não
temos que pensar em nós somente! Temos uma grande responsabilidade que são
nossas crianças, então, meu irmão, peço que pense nisso e do fundo do meu
coração me perdoe, eu sempre fui e sempre serei homem com você”.
A revista afirma que dois peritos analisaram a carta e
confirmaram que ela foi mesmo escrita e assinada por Bruno. Ao G1, o advogado
de Bruno, Rui Pimenta, disse neste sábado (7) que desconhece a carta. Ele
afirmou que é necessário que se comprove a autenticidade do relato. Pimenta
ainda ressaltou que o conteúdo da carta não é claro e o contexto em que ela
está inserida é indeterminado. Na segunda-feira, o defensor pretende se reunir
com o goleiro para entender do que se trata.
A delegada Alessandra Wilke disse ao G1, também neste sábado
(7), que a carta não consta do inquérito. A revista informa que obteve a carta
“interceptada por um agente penitenciário”. Para a delegada, o texto trata da
mudança da estratégia da defesa do goleiro, que passou a assumir a morte de
Eliza, mas nega envolvimento com o crime. Alessandra diz ver na defesa do
goleiro uma intenção de que os outros réus assumam a culpa. “Todos estão unidos
para livrar o Bruno”, disse.
Crime planejado
Segundo “Veja”, mensagens trocadas por Eliza com amigos e
registradas na memória do computador apreendido no apartamento onde Eliza
morava, na Zona Leste de São Paulo, levam à conclusão de que o desaparecimento
e morte da modelo, e mãe de um dos filhos do jogador, teria sido planejada pelo
menos cinco meses antes. Para a Polícia Civil, Eliza foi morta em junho de 2010
a mando de Bruno. O corpo dela não foi encontrado.
De acordo com a publicação, em conversas por MSN com amigos,
Eliza demonstrou temores em revelar seu paradeiro a contatos do goleiro e de ir
para Minas Gerais, onde Bruno mantinha um sítio na cidade de Esmeraldas. Em um
deles, ela afirmou: “Terra do Bruno vou só com passagem de ida. Vão me matar
lá”.
Sobre as mensagens apresentadas pela reportagem da ‘Veja”, a
delegada disse que todas constam do inquérito policial. Segundo Alessandra
Wilke, ficou claro durante as investigações que o sequestro de Eliza no Rio de
Janeiro foi planejado pelo grupo. Ela não disse quanto tempo durou este
planejamento por não estar com o inquérito nas mãos. “Está comprovado que foi
planejado (o sequestro)”.
Fonte: Globo.com
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