O
empresário pernambucano Luiz Cláudio Lima, 51, desenvolveu uma resina
antiferrugem para automóveis a base de óleo vegetal usado, coletado em
restaurantes, hospitais e hotéis.
A ideia fixa de criar um
produto sustentável e ao mesmo tempo lucrativo motivou o empreendedor
pernambucano Luiz Cláudio Lima, 51, a pesquisar e testar o óleo de
cozinha usado durante dez anos. A experiência resultou na invenção de
uma resina antiferrugem para carros e na abertura da empresa Redlub, que
fabrica e vende o produto.
O negócio que começou
rendendo cerca de um salário mínimo hoje emprega quatro funcionários e
fatura R$ 18 mil por mês. Mesmo assim, Lima ainda precisa dividir seu
tempo entre a produção e a administração do negócio. Por dia, a Redlub
produz cem litros da resina antiferrugem.
O produto desenvolvido
pelo empresário é específico para o uso em automóveis. O antiferrugem é
uma espécie de resina que atua contra a corrosão das partes de ferro. Ela
é aplicada por meio de uma pistola de ar comprimido ou pincel
diretamente nos chassis ou em outras peças do carro para evitar o
desgaste e a oxidação.
O custo de produção da
microempresa é reduzido. A principal matéria-prima, o óleo de cozinha
usado, vem de coletas em restaurantes, hospitais, hotéis e outros
estabelecimentos. Ao todo, são recolhidas cerca de 18 toneladas por mês
do material, em aproximadamente 600 fornecedores nos Estados de
Pernambuco e Alagoas.
Segundo Lima, sem a
reciclagem, o óleo de cozinha poderia ser despejado de forma inadequada e
ir para redes de esgoto, poluindo a água e o solo. “As pessoas e as
empresas precisam dar um destino correto ao óleo vegetal usado sem
agredir o meio ambiente. Isso vai garantir uma qualidade de vida melhor
para nossos netos e bisnetos no futuro”, afirma.
De olho em novas
oportunidades, o empreendedor relata que em Pernambuco há uma campanha
da empresa de saneamento básico para que todas as casas tenham caixa de gordura instaladas.
Para aumentar sua
rentabilidade, a partir de maio, Lima começará a oferecer o serviço de
limpeza e desentupimento destas caixas na capital Recife e região
metropolitana. “Vou aumentar a coleta de óleo e ainda ter a oportunidade
de falar pessoalmente para as pessoas sobre a importância da
reciclagem.”
Além disso, o empresário já tem planos de transformar a água suja vinda das pias e dos ralos, que fica retida nas caixas de gordura, em gás veicular ou até mesmo em ração animal. “Ainda vou começar a pesquisar qual a melhor forma de reciclar este resíduo. Já me falaram que vai ser difícil, mas nada é difícil para mim.”
Além disso, o empresário já tem planos de transformar a água suja vinda das pias e dos ralos, que fica retida nas caixas de gordura, em gás veicular ou até mesmo em ração animal. “Ainda vou começar a pesquisar qual a melhor forma de reciclar este resíduo. Já me falaram que vai ser difícil, mas nada é difícil para mim.”
Preocupação com meio ambiente motivou abertura do negócio.
A Redlub produz cem
litros por dia do antiferrugem, o Red Ruste. A ideia de reciclar o óleo
de cozinha surgiu em 1998, quando Lima era encarregado da manutenção em
um shopping na cidade de Paulista (PE). Uma de suas tarefas era, ao
final do expediente, descartar o óleo vegetal usado para fritar os
alimentos. Como não havia coleta seletiva na época, todo o resíduo ia
parar na rede de esgoto.
Como o pai costumava
utilizar óleo de cozinha na parte de baixo do carro para combater a
oxidação das partes de ferro, o empresário pensou que poderia criar um
antiferrugem reutilizando o material que seria descartado.
A partir daí, ele
iniciou as pesquisas e a fase de testes laboratoriais, contando com a
ajuda do Sebrae, serviço de apoio à micro e pequena empresa, e do Itep
(Instituto de Tecnologia de Pernambuco). Em 2002, com o produto
comprovado, Lima conseguiu investimento para fazer um teste piloto e dar
início às suas atividades. Foi um período difícil, a capacidade de
produção era de apenas 200 litros por mês e o faturamento era pouco mais
de um salário mínimo.
Somente em 2008, depois
de ganhar mercado, o empreendedor teve condições de formalizar o
negócio. “Todo o processo foi inventado por mim e feito com o que tinha
em casa e no ferro velho. Hoje, já adquirimos motores, bombas,
equipamento de laboratório, tanques e até veículos”, diz.
Conscientização ajudou empresa a crescer
Lima atribui o
crescimento da empresa à conscientização das pessoas em não despejar na
pia o óleo vegetal usado para fritar alimentos. Além disso, as campanhas
do governo que incentivam o descarte correto do material também o
ajudaram.
Em Pernambuco, uma lei
sancionada em setembro de 2011 obriga estabelecimentos comerciais,
condomínios residenciais e indústrias que utilizam óleo de cozinha a
instalar recipientes para coleta do resíduo e encaminhá-lo para a
reciclagem.
Fonte: UOL
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